Uma lei que protege a mulher foi aprovada em uma das províncias onde há mais casos de violência doméstica.
Existe limite para a barbarie? Aparentemente não. Extremistas islâmicos no Paquistão protestaram recentemente para ter o direito de abusar e matar suas esposas e filhas.
Segundo o New York Post tudo começou quando o governo daquele país aprovou uma lei pela defesa e proteção das mulheres, criminalizando a violência no Punjab, a região mais populosa do Paquistão.
O que foi visto em todo o mundo como um avanço, para os extremistas foi um motivo para protesto, pois na visão deles, proteger as mulheres é “destruir o sistema familiar no Paquistão”.
Os protestos acontecem desde 1º de março quando a lei foi promulgada, desde então os extremistas tentam revogar a lei para continuarem maltratando suas esposas e filhas.
A lei em questão pune toda e qualquer forma de abuso contra mulheres praticados por homens. Quer seja a violência doméstica, emocional, psicológica ou ainda os crimes cometidos pela internet.
O projeto fez com que o governo criasse ainda um número de telefone para que as mulheres possam denunciar os abusos e ajudar as autoridades a identificá-los e puní-los.
Entre as punições para o crime está o uso de pulseiras com GPS e ainda o impedimento de fazer compras de armas.
No Paquistão a violência contra mulheres é citada pelos veículos internacionais como “endêmica”, pois elas são tratadas como propriedades domésticas.
O que se tem de notícias sobre os crimes mais comuns são os crimes de honra, ataques com ácidos, queimaduras de noivas, casamento com crianças, abuso sexual e muitos outros.
Só na província de Punjab, onde a lei já está valendo, foram relatados 7.010 casos de violência doméstica segundo o relatório de 2014 da Aurat Foundation.
Já pelos relatórios da Comissão de Direitos Humanos Independente do Paquistão, foram 1.100 mulheres mortas no país no ano de 20O que choca nesses índices é que na maioria dos casos as mulheres foram mortas por um membro próximo de sua família do sexo masculino.
Quem é a contra a defesa das mulheres afirma que a lei é anti-islâmica, por contradizer alguns versos do alcorão que autorizam a violência contra as mulheres.
“A lei parece ter o objetivo de empurrar as mulheres para fora de casa, e aumentar os seus problemas”, disse Muhammad Khan Sherani, um dos parlamentares do Paquistão.
Para o cheque do partido Jamiat Ulema-e-Islam-Fazl, Maula Fazlur Rehman, a lei pode inverter os valores do país. “Marido e mulher são considerados parceiros no Ocidente, mas não é o caso no Paquistão”, diz ele que defende o Alcorão.
“Se você bater em uma pessoa na rua, é uma agressão criminosa. Se você bater em alguém no seu quarto, você está protegido pela santidade da sua casa. Se você matar um estranho, é assassinato. Se você atirar na sua própria irmã, você está defendendo a sua honra”, afirmou Mohammed Hanif ao New York Post.15.
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