Nos últimos anos, houve diversas tentativas de países se reunirem
para aprovar uma intervenção em Israel e declarar a criação de um estado
palestino independente. Elas acabaram canceladas ou esvaziadas por
imposição dos Estados Unidos, que por ser membro fixo do Conselho de
Segurança da ONU, costumava influenciar medidas pró-Israel.
Em 2014, foi proposta pela União Europeia. No ano seguinte, as
Nações Unidas tentaram algo nesse sentido. Mas no final do ano
passado, o governo Obama deu “sinal verde” para que uma conferência de
paz sediada em Paris dia 15 de janeiro de 2017, cinco dias antes de
Donald Trump assumir a presidência do país. Afinal, ele prometeu mudar a
embaixada dos EUA para Jerusalém e reconhece-la como capital “eterna e
indivisível” de Israel.
Esse anúncio gerou ondas de protestos no mundo árabe, com ameaças de guerra da Autoridade Palestina e do Irã.
Neste
domingo (15), chanceleres e diplomatas de mais de 70 países se reuniram
para tentar fazer uma nova proposta da chamada solução dos dois Estados
– criação de um Estado palestino que coexista em paz com Israel. O
encontro, chamado de “Conferência de paz”, queria mandar um recado para a
comunidade internacional, mas só provou que as Nações Unidas estão
desconectadas da realidade.
A ausência de ambos Israel e a
Autoridade Nacional Palestina já era um indício que nenhuma decisão
tomada teria impacto real. Realizada cinco dias antes da posse de Donald
Trump, presidente eleito dos EUA, a cúpula tentou mostrar que Israel tem muitos opositores e que o reconhecimento de Jerusalém como capital, como promete Trump, teria “sérias consequências”.
O encontro deste domingo foi aberto por Jean-Marc Ayrault, chanceler
francês, que afirmou não haver outra solução “para o conflito mais
antigo do mundo” que não seja a proposta de criar dois Estados.
O
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez nos últimos dias
declarações fortes sobre a realização dessas negociações. Classificou a
conferência de “inútil” e afirmou que pertencia ao “mundo de ontem”.
“Mas o amanhã será diferente e o amanhã está muito próximo”, disse o
premiê, numa referência à posse de Trump dia 20.
Recentemente,
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, aviou a Trump que a
mudança “destruiria o processo de paz” e iria “impedir que os EUA
continuassem a ser um mediador” na região.
Fronteiras de 1967
A resolução 2334 da ONU, que exigia o fim dos assentamentos
israelenses na Cisjordânia [Judeia e Samaria] foi um duro golpe para
Israel, pois pela primeira vez o governo norte-americano não vetou algo
em favor dos israelenses no Conselho de Segurança.
As relações
entre EUA e Israel se deterioraram drasticamente durante o governo de
Barack Obama, mas devem melhorar com a chegada de Trump, que já prometeu
ser “o melhor amigo que Israel já teve”.
“Parece ser importante,
no contexto atual, que 70 países reafirmem que a solução de dois Estados
é a única possível. É tão simples quanto isso, não é mais do que isso.
Precisamos que essa posição seja gravada e defendida neste período de
incerteza”, ressaltou um diplomata francês, numa clara demonstração que
antes de assumir, Trump já teve sua primeira vitória no campo da
política externa.
O documento assinado pelos participantes da
cúpula de Paris pede que “as fronteiras pré-1967 sejam a base para as
negociações. Caso isso fosse feito, os israelenses perderiam muitos de
seus assentamentos, cada vez mais necessários por causa do grande número
de judeus de todo o mundo que estão voltando para Israel. Isso
incluiria também a divisão de Jerusalém em duas, deixando sua porção
oriental como a capital da Palestina.
Para os israelenses isso é inadmissível, uma vez que os palestinos também exigem o controle do monte do templo.
A conferência de paz em Paris encerrou com um documento bem diferente do que se esperava, não fazendo exigências, mas pedindo que ambos os lados do conflito reafirmem seu comprometimento com uma solução pacífica. Com informações das agências e Times of Israel
A conferência de paz em Paris encerrou com um documento bem diferente do que se esperava, não fazendo exigências, mas pedindo que ambos os lados do conflito reafirmem seu comprometimento com uma solução pacífica. Com informações das agências e Times of Israel
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